Apesar da baleação ter sido uma actividade praticada em todas as ilhas dos Açores, o Pico tornou-se, rapidamente, o grande centro do complexo baleeiro insular.
Com o fim da "caça" à baleia, ditado por factores económicos e ambientais, nos inícios dos anos 80, do séc. XX, ficou um valioso património de saberes, ao qual está associado um não menos importante património material que, em terra deu corpo às actividades ligadas à baleação: casas de botes, varadouros, rampas, estruturas de derretimento a céu aberto e a fogo directo ("traióis" e "caldeiros"), vigias de baleia, fábricas de processamento industrial de cachalotes, pátios de desmancho de cachalotes, depósitos de óleo, depósitos de água, botes baleeiros, lanchas de reboque, maquinaria, palamenta, artefactos de pesca/"caça" e processamento de cachalotes, documentação baleeira, etc.
Descubra aqui toda a história destes "picarotos", homens da terra e do mar, "baleeiro, embarcadiço, afoito que mais nenhum" (Pedro da Silveira). Lavrou o mar, rasgou o desconhecido, ligou e aproximou terras e gentes, alimentando o sonho e abrindo-se à universalidade: "O único açoriano que é ao mesmo tempo agricultor e marítimo. No mar às vezes é herói" (Vitorino Nemésio).