My dear month of May
May is a month of excellence in the Azores. It is the month in which united by the same devotion, even if in different ways, we thank the Divine for protection against the natural bad weather that plagues us and we thank for graces achieved, offering bread and meat, sponsoring brotherhoods in a way of thanksgiving. So is the worship of the Holy Spirit.
The festivity is secular and unites the Azoreans by faith and sharing, fitting in its manifestations believers and non-believers, in such a way that it became the biggest day in the Region - the Day of the Azores, made official as a regional holiday in 1980.
But May is also the month to pack winter in the closet and take those basic sandals out of the box. Nothing too excessive, not to scare the sun, but it will put the sock aside and announce the shallow haviana and the foot on the ground. And so, as if to pretend that summer has arrived, smiles tear when hearing the first shearing and there is something in us that is renewed.
There is an imminent unrest, nature is revitalized, bodies are stripped in search of warmth ... and love ... and the whales dance. They dance a lot! The beauty that glimpses on land is perpetuated in the sea. May is the month of exuberant giants crossing the oceans and they fulfill this task like no one else ... extroverted, they show off, jumping up and down as if rejoicing in our tiny place of humans! They are the owners of all this ... of this huge sea that surrounds us and gives us the essence of islanders. And how good it is to be an islander in the Azores.
In May there is all this and there is promise. The promise of hot summer nights. The islands offer festivals and events that promise hot moments. The frenzy is getting ready. How good it is to wait for the party… Ah May !!! … My dear month of May!
Meu querido mês de maio
Maio é mês de excelência nos Açores. É o mês em que unidos pela mesma devoção, mesmo que em moldes diferenciados, se agradece ao divino a proteção sempre bem-vinda contra as intempéries naturais que volta e meia nos assombram e se cumprem promessas de foro íntimo, ofertando pão e carne, apadrinhando irmandades em jeito de agradecimento. Assim é o culto ao Divino Espírito Santo.
A festividade é secular e une os açorianos pela fé e pela partilha, cabendo nas suas manifestações crentes e não crentes, de tal modo que se tornou o dia maior da Região – o Dia dos Açores, oficializado como feriado regional em 1980.
Mas maio é também mês de arrumar o inverno no armário e tirar da caixa aquelas sandálias básicas. Nada muito excessivo, para não assustar o sol, mas que vai pondo de lado a meia e vai anunciando a haviana rasa e o pé no chão. E assim, como que a fingir que já chegou verão, rasgam-se sorrisos ao ouvir o primeiro cagarro e há algo em nós que se renova.
Há um desassossego eminente, a natureza revitaliza-se, corpos desnudam-se em busca de calor… e de amor… e as baleias dançam. Dançam muito! Abeleza que de vislumbra em terra perpetua-se no mar. Maio é o mês de exuberantes gigantes cruzarem os oceanos e eles cumprem essa tarefa como ninguém…extrovertidos, exibem-se, aos saltos como que a regozijarem-se com o nosso pequenino lugar de humanos! São eles os donos disto tudo…deste enorme mar que nos rodeia e nos confere a essência de ilhéus. E como é bom ser-se ilhéu nos Açores.
Em maio há tudo isto e há promessa. A promessa das noites quentes de Verão. As ilhas apregoam festas e cartazes que prometem momentos calientes. Prepara-se o frenesim. Que bom é esperar pela festa … Ah maio !!! … Meu querido mês de maio!
A Cagarra
Maio 2018